quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O Homem

O educador deve compreender a filosofia correta sobre a origem e a natureza do homem. O homem não era simplesmente animal; do contrário, não se teria tornado homem, porque ninguém se torna o que não é, ninguém se torna explicitamente o que não é implicitamente. Se um coquinho não fosse implicitamente coqueiro, nunca se tornaria explicitamente um coqueiro. Deus criou o homem o menos possível, para que o homem se pudesse criar o mais possível.

"Pode o homem fazer bem sem ser bom, mas ele não pode ser bom sem fazer bem."



Meditação

Meditar, repetimos, não é pensar nem descer ao subconsciente. Meditar é esvaziar-se de todas as atividades do ego humano, para que o homem seja invadido pelo Eu cósmico. As atividades do ego humano são todos os esforços que o indivíduo empreende para ser aquilo que ele não quer ser. Por exemplo: O indivíduo está estudando para ser bombeiro, mas ele não quer ser bombeiro. Outros dão demasiada importância a certas técnicas, a certas posturas corporais, certo método de respiração, certa convergência do olhar, etc. O chamado Eu cósmico ou divino é idêntico à própria alma do Universo existente nas profundezas da natureza humana.

Educação do Homem Integral, do Huberto Rohden.



Deus

Há quem negue categoricamente que a ideia de Deus deva fazer parte da educação. Mas quando por Deus se entende o que os grandes iniciados de todos os povos entendem, então essa ideia é o próprio alicerce da verdadeira educação. Nenhum homem pode descobrir Deus, mas Deus pode descobrir o homem. Quando o homem vive de certo modo, Deus o descobre, e então o homem tem certeza de Deus. Mas se o homem não vive de modo que Deus o possa descobrir, o homem discute sobre Deus, mas não tem certeza dele. Certeza não é descobrir Deus; certeza é ser descoberto por Deus. A filosofia oriental diz: Quando o discípulo está pronto, então o Mestre aparece.

Educação do Homem Integral, de Huberto Rohden.



Homem Integral

Toda a criança, adolescente, e mesmo o homem maduro, enquanto está no plano do ego, sofre de insegurança. Essa insegurança é diretamente proporcional à liberdade: 100% de liberdade é 100% de insegurança. A natureza humana é essencialmente bipolar, mas apenas um pólo funciona inicialmente: o da liberdade. Complexos e traumas não se originam quando o educador sabe fazer ver ao educando a razão e a racionalidade de uma proibição. Castigo não é punição. Punir para fazer sofrer é procedimento imoral; mas castigar para melhorar é recomendável. Naturalmente, se o educando percebe que o educador o faz sofrer para se vingar de alguma ofensa pessoal, cria ódio dele e sente-se inustiçado; mas, quando o educador procede racionalmente, o educando compreende que ele o castiga por amor, não por vingança, e, mais tarde, lhe será grato pelo fato de o ter educado desse modo. É essencial que o educador faça ver ao educando que lhe proíbe isto ou aquilo por amor, pelo bem dele. Amor compreendido não gera complexos e traumas. De maneira que o principal problema da educação é o educador, e não o educando.

Educação do Homem Integral, de Huberto Rohden.



Educação

Abrir uma escola é incentivar a ciência, mas não é intensificar a consciência. Se houvesse consciência suficiente, não haveria necessidade de cadeias. Toda a ciência das escolas não pode fechar uma cadeia; mas onde há consciência não precisa haver cadeias. As nossas escolas quase nunca tratam seriamente da educação, mas limitam-se à instrução. A educação tem que ver com a consciência, a instrução é da ciência. Nem o governo e nem as igrejas tratam seriamente da educação, no sentido verdadeiro da palavra. O governo está interessado em instrução científica, e as igrejas limitam-se à simples moralização. Mas nem isto e nem aquilo é educação. Nem a instrução nem a moralização tornam o homem realmente melhor. A instrução tornam o homem erudito, a moralização torna o homem altruísta. Mas nem erudição nem altruísmo são educação verdadeira. O homem realmente educado é bom, não simplesmente altruísta, pois não espera recompensa por ser bom, nem antes nem depois da morte - ele é incondicionalmente bom.

Educação do Homem Integral, de Huberto Rohden.



Castigo

O único prêmio e o único castigo a que o educador deve apelar são a realização ou frustração do próprio Eu central do homem. A realização existencial é o único prêmio que o educador e o educando devem ter em vista; e a frustração existencial é o único castigo que deve ser evitado. O educador que não seja um auto-realizado não pode mostrar ao educando o caminho a seguir. Palavras não são eficientes, se elas não forem o transbordamento espontâneo da vivência de educador.

Educação do Homem Integral, de Huberto Rohden.



Livre-Arbítrio II

O bom e o mau somente aparecem com o advento do livre-arbítrio, que faz o homem bom e faz o homem mau. Bom é tudo que está em harmonia com as leis cósmicas; mau é tudo que está em desarmonia. O homem faz existir o que é bom, e o homem faz existir o que é mau. O livre-arbítrio existe, potencialmente, em todo o ser humano, porque faz parte essencial da natureza do homem. Valores positivos são, por exemplo, a afirmação da verdade, da justiça, do amor, da benevolência, da bondade, da fraternidade, etc. Valores negativos são o seu contrário.

Educação do Homem Integral, de Huberto Rohden.



sábado, 23 de dezembro de 2017

Inteligência

Inteligência, portanto, é a capacidade de atingir objetivos diante de obstáculos, por meio de decisões baseadas em regras racionais (que obedecem à verdade).

Como a mente funciona, de Steven Pinker.



Livre-Arbítrio

Sem uma filosofia moral mais clara, qualquer causa de comportamento poderia ser considerada solapadora do livre-arbítrio e, portanto, da responsabilidade moral. Um exemplo disso, é o ciúme, que pode determinar a arbitragem da razão para desfavorecer somente um ou outro.

Como a mente funciona, de Steven Pinker.



sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Alta Burguesia Mundial

Listar críticas ao teocentrismo hoje parece algo redundante e, embora sua manifestação seja iminente a qualquer momento, tais críticas seriam mais facilmente compreendidas, visto que navegamos por um longo período racional após o auge teocêntrico medieval. No processo de evolução do capitalismo, as burguesias regionais foram dando lugar a uma alta burguesia de alcance mundial (irmandade dos homens) e, tendo o domínio das sociedades, vem provocando em diversos países a mudança política através de influência financeira, lobbies, guerras e golpes de Estados. Desfragmentando as castas ou as classes sociais, essa alta burguesia mundial protesta ao inventar números para a sua propaganda capitalista, forjando rendas impossiveis e nunca antes sonhadas. A renda de um jogador de futebol, por exemplo, chega a desconsiderar a existência dos Céus, e a desprezar a existência do crime da irmandade dos homens. A velha salvação através da mentira.

Filosofia, Editora Escala.



Teocentrismo

A História Ocidental, referenciada pelo tipo de pensamento de filosofia de cada época, é dividida em períodos marcados por características próprias. Todas as produções, as construções, as obras, os projetos, os textos, as pinturas... tudo responde a um caminho, uma busca que define para onde correm tais veredas. Há dois grandes conhecidos faróis descritos nas aulas de História até nosso atual momento: o Teocentrismo e o Antropocentrismo. Deus é o centro de tudo. Toda a produção é voltada para Deus. O pensamento, os textos, as pinturas, arquitetura... Tudo com a intenção de exaltar a figura de Deus. É o caso do Templo de Salomão, construído pela Igreja Universal do Reino de Deus numa área movimentada da cidade de São Paulo. Antropo significa homem, ou melhor, ser-humano. Nesse caso, todas as produções e atividades anteriormente comentadas são voltadas para a humanidade ou para exaltar a capacidade humana. Aqui estão as grandes construções sociais e culturais presentes nos momentos de ebulição antropocêntrica, como o início da Filosofia Grega, a expansão romana, o Renascimento e o período imediatamente posterior ao fim da II Guerra Mundial, que gerou a fundação da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Filosofia, editora Escala.




Reconhecimento

A oposição dos intelectuais ao capitalismo se basearia no anseio da aplicação de um sistema de justiça distributiva e do anseio pelo reconhecimento. O ressentimento é colocado como hipótese do que os inclinaria a esses princípios. Ora, não há indivíduo sem a vida em comum, não a qualquer possibilidade de autonomia ou liberdade - mesmo que restritas -, sem a coletividade que o afeta e o constitui. Opta-se pela defesa do sistema por meio da desqualificação do outro a fim de manter sua posição de privilégio relativo e de conforto. Conduzir o público em geral à sensação de que "é mais fácil pensar no fim do mundo do que o fim do capitalismo."

Filosofia, editora Escala.



Ressentimento II

Noutras esferas, no plano dos movimentos sociais e coletivos, alguns dos traços afetivos marcantes das históricas revoluções, a Francesa, por exemplo, eram de fato o ódio a certa conjuntura social, e o amor a certos ideais que reivindicavam transformação social, não fundamentalmente o ressentimento. Em lugar de querer participar da casta privilegiada, como quer fazer crer a autora, a crítica ao capitalismo costuma trabalhar justamente no sentido oposto, de se fundir com os demais, não buscando um reconhecimento ou retribuição privilegiados. Quem se engaja em uma determinada direção política não é em sentido literal motivado fundamentalmente pelo ressentimento. Incapaz de ressentir e de reelaborar determinadas representações, o ressentido se fecha em si, numa perspectiva narcísica, estabelecendo poucos laços, culpando o outro, culpando o mundo e pouco ou minimamente buscando transformá-lo.

Filosofia, editora Escala.



Ressentimento I

O que é importante frisar é que o traço marcante do ressentido, segundo Nietzsche, é a fragilidade e a incapacidade de transformação de uma realidade frustrante e a constante posição vitimizada. A não passividade e possível transformação do que lhe aflige não são atitudes próprias dos profundamente ressentidos. A postura crítica e o não bloqueio afetivo são justamente a conservação da abertura da possibilidade de mudança, o motor da constante mudança inevitável que se faz presente na história, na vida. Nota-se em larga medida uma postura ativa e não ressentida de transformação que persiste historicamente em muitos intelectuais de diversas nacionalidades. Há uma busca por alternativas de mudança efetiva para o social, saindo assim da lógica maniqueísta do culpar o outro a qualquer custo, onde, neste caso, o ressentimento de fato é uma forte arma, inclusive política.

Filosofia, editora Escala.



terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Ressentimento e ódio ao Capitalismo

Todos - ou a maioria - dos intelectuais se ressentem e odeiam o capitalismo porque não são reconhecidos pela massa ou pelo público, que valorizam mais o criador do Iphone, por exemplo, do que ele. Todo intelectual odeia o capitalismo porque o que ele produz não é desejável para a maioria consumidora. Odeia-se, portanto, o capitalismo por isso. Primeiramente, o significado de capitalismo é amplo. Por não existir um conceito consensual, entendamos  que o livre mercado e o acúmulo de capital sejam traços centrais 
a qualquer concepção de capitalismo. Para facilitar a argumentação, tomemos como válida 
a definição da autora sobre o capitalismo, suas formas de atuação, suas transformações históricas, sua globalização, sua invenção, sua justificação teórica, sua prática, etc. Em segundo lugar, não é possível universalizar uma posição subjetiva, ao dizer que o ódio e o ressentimento são efeitos de uma falta de reconhecimento de uma sociedade de mercado frente ao papel do intelectual na sociedade.

Alexandre Starnino, UFRJ.



Juventude Política

As transformações das culturas juvenis parecem estar se acentuando no período recente, em paralelo e associadas à uma série de mudanças no plano dos meios de comunicação. Novas tecnologias, como a internet e a telefonia celular, reforçam as redes juvenis e mudam a sua forma de interagir e se comunicar. Nesse contexto, a escola passaria a enfrentar a concorrência dessas mídias enquanto fone de informação e conhecimento. Os jovens estão cada vez mais "empoderados" em função de seu maior domínio das novas TICs. Trata-se de uma geração que se coloca, frequentemente na posição de ensinar os pais e, não raro, os próprios. Diferente dos jovens, professores e diretores pertencem a gerações que não veem no computador e na internet uma ferramenta central para a relação com o mundo. A escola precisa manter constante conversa com os setores produtivos, com os setores de serviços, ONGs, representações religiosas e principalmente com universidades. A escola precisa ser um espaço da juventude que está aberta para todos e conectados com o que a universidade produz de conhecimento e cultura. A escola de ensino médio de hoje precisa ter vínculos reais com as universidades, ocupando espaços da universidade, com profissionais das universidades disponíveis para as demandas da escola. É urgente construir vínculos com as universidades para que os jovens de hoje, possam além de vislumbrar os espaços acadêmicos, também desejem e sonhem com a transformação da universidade e aproximação deste universo tão rico.

Diego Moreira, PUC-SP.



sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Exposição de Arte Contemporânea - Maria Adair - Bahia





Design Contemporaneo: Produtos com excelência em design!

eshops.mercadolivre.com.br/DESIGN CONTEMPORANEO

Cristianismo

Marcos Verdugo, PUC-SP:

"Com o cristianismo surge uma nova percepção do corpo, de expressão da beleza para a fonte do pecado, e evidencia-se a separação do corpo e da alma, prevalecendo o segundo sobre o primeiro. O cristianismo resume a atitude de recusa; cabia ao homem descobrir-se como mais do que o seu corpo, descobrir-se como alma que deve lutar contra os desejos para escapar da morte, assim conquistando a eternidade e a salvação."


Obs.: Depois de Cristo, de nada adianta a beleza do corpo e a "riqueza da alma" dos burgueses, sem a fortaleza e a humildade dos mais pobres. Pois o que os mais pobres sentem como sendo solidão, os mais ricos sentem como sendo vaidade. Porém, da solidão pode-se buscar o abrigo em Deus, e da vaidade apenas a disputa pelo poder entre os outros homens.






Corpo e Alma

Marcos Verdugo, PUC-SP:

"Em Platão, há uma construção epistêmica da dualidade do homem: o corpo (material) e alma (espiritual e consciente). O corpo estaria associado ao mundo sensível, portanto seria uma cópia distorcida da verdadeira realidade (a ideia), sendo assim, inferior, efêmero e suscetível aos enganos dos sentidos. Consequentemente, ele é uma sombra do conhecimento: frágil e ilusório."


Obs.: O corpo do homem pode perceber-se como sendo bonito, mesmo sendo verdadeira ou falsa essa percepção, a disputa pelo poder pode reunir a todos para traí-lo. Ou seja, mesmo que ele seja bonito, todos reunidos diante de um ideal para torná-lo feio, realmente todos conseguem transformá-lo em feio... Desse modo, a beleza é uma virtude burguesa extremamente falível.



Livre-Arbítrio

Rabino Samy Pinto, USP:

"Para começar a entender a existência do mal na humanidade, é importante compreender que, assim como Deus é um ser livre, para o homem se assemelhar mais com o seu Criador é necessário que ele tenha a capacidade de agir sem restrições, sem prévias, não como um robô programado. Nesse ponto, em que o homem exerce sua liberdade, em que ele mais se assemelha com Deus, é que se cria a possibilidade do mal, como objeto para dar significado ao livre arbítrio."


Obs.: O livre arbítrio ao ser considerado como uma capacidade do pensar do homem sem Deus, leva-nos a pensar na possível escolha da maldade em detrimento da bondade como virtude, uma preferência da Esquerda, com sua eterna provocação de Revolução. E como aquele que é de Direita é bem visto aos olhos dos homens e aos olhos de Deus, deve-se ter como livre arbítrio a bondade. Porém, o direitista sempre possui o medo, o ciúme e a solidão para reprimir a sua própria bondade, levando os homens novamente na crença da maldade como salvação do espírito, mas ao realizar a maldade, ele é punido pelos homens, e assim retorna através do castigo para à crença da bondade.



quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Desenvolvimento Sustentável no Pará II

Folha de São Paulo, 17 de setembro de 2017.
Estúdio Folha:

"Assegurar à população a possibilidade de obter renda e garantir qualidade de vida, sem destruir a floresta. Essa é uma das principais premissas do programa Pará Ambiental, um dos três pilares do Pará Sustentável, plano criado em 2016 pelo governo do Estado para combater o desmatamento e garantir o fortalecimento das cadeias produtivas... O foco do programa é garantir incentivos fiscais, dar prioridade na aplicação de recursos públicos e incentivar uma nova economia nos municípios que conseguirem reduzir o desmatamento."
Agora, em meados de finais dos anos 10 do séc.XXI, fala-se em um projeto de desenvolvimento sustentável no Pará, que ao primeiro instante, é um projeto vanguardista no Brasil. Há 50 anos atrás, havia uma reunião para ser discutido o desenvolvimentismo sustentável na Europa.



Desenvolvimento Sustentável no Pará

Folha de São Paulo, 17 de setembro de 2017.
Estúdio Folha:


"A região sul do Pará pode gerar mais 80 milhões de toneladas de minério por ano, e é uma das maiores fronteiras do agronegócio do país, com terras férteis, chuvas regulares e muita luminosidade. Mas as empresas ainda produzem de forma limitada, pois sofrem com a falta de uma logística de transporte eficiente para escoar sua produção."

Isso ocorre porque toda a infraestrutura do desenvolvimentismo no Brasil ainda está definido com o progressismo do século XX. E somente agora estamos pensando em desenvolvimento sustentável, ou seja, lucrar e produzir, através da preservação dos meios naturais.





terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Design Contemporaneo - Marisa Monte - Carinhoso





eshops.mercadolivre.com.br/DESIGN CONTEMPORANEO

Invisível - Ensaio sobre a existência de Deus através da razão

Trecho de Invisível - Ensaio sobre a existência de Deus através da razão, de Marcusvinicius:
"Somente seria morte se, definitivamente, a pessoa que morreu deixasse de existir. Mas a memória e as lembranças ainda resgatam suas ações, suas imagens, seus pensamentos. Somente seria morte se não houvesse mais nada daquilo que se foi. Se tudo realmente caísse em total esquecimento. Teria de haver um completo bloqueio, uma definitiva separação entre quem morreu e quem ainda está vivo."
à venda: Livraria Saraiva, Walmart, Submarino, Lojas Americanas...




segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Arte e Romantismo

Alguns dos objetivos do movimento romântico são trazer poesia à vida e à sociedade, de modo a impregnar a cultura humana de arte. A essa proposta de síntese entre arte e cultura, responderia uma nova forma de visão estética sobre o mundo. Querer articular a sociedade com a arte é atravessar as instâncias do Estado e da vida social comum a partir do mesmo viés. O risco da construção de um Estado que observa cegamente rígido os elementos românticos (como harmonia e resgate da relação entre natureza e cultura, o cultivo de si, a interioridade e a busca pela totalidade) é de se tornar um Estado ditatorial.

Bruno Curcino Hanke, UFMG



Romantismo para a busca do Nacionalismo Alemão

Diante disso, de partida, vemos que o nacionalismo rousseauísta assume nova cara em terras germânicas: a união entre os cidadãos se dá de forma menos organizada e mais susceptível às emoções. A consequência disso é um nacionalismo alemão que tenta propagar um ideal político permeado por uma irracionalidade mística.
     Johann Gottfried von Herder aparece como o pré-romântico alemão a pronunciar esse nacionalismo por meio das construções nas esferas da linguística e da literatura, apostando na passionalidade advindo do trabalho erudito e do exame da alma.

Bruno Curcino Hanke, UFMG



Romantismo Social

O futuro da política, a partir dessa nova postura, enchia-se de entusiasmo por aprender com os erros do passado e construir uma nova direção, em que a persuasão fosse para ganhos sociais e não individuais. Próximo de uma ideia socialista, o movimento romântico de cunho historicista se manifesta por meio da comiseração aos mais necessitados, sem privilégios. Aqui é significativa também a proximidade com o discurso de compaixão religiosa, que fomenta as discussões e ações sociais por meio dos princípios cristãos e se achega à formação dos Estados modernos. Dessa forma, o discurso romântico sai por completo da alçada da literatura amorosa e penetra com profundidade no campo político e social.
     Rosseau, novamente ele, aparece como o pensador que dá muita ênfase ao patriotismo antiabsolutista e o trata como um motor para ocorrência da Revolução. É dele a ideia de que o amor à nação seria a melhor forma de sermos bons cidadãos. Tal nacionalismo tem por trás a concepção de uma comunidade criada e mantida por vontades comuns e sentimentos morais de união - é assim que se conseguiu convocar a população à manifestação que entrou para a história francesa e mundial.

Bruno Curcino Hanke, doutor em psicologia UFMG.



Pecado Original diante do Romantismo

Segundo a Escola do Romantismo, podemos dizer que Romeu aparece em famosa peça shakespeariana como o protótipo do homem romântico, que deseja, ama e coloca sua própria vida em segundo plano para viver a intensidade do amor por uma mulher.
     
"Se o homem fica a mercê da inteligência feminina, então ele está persistindo no erro da origem do mal do Gênesis. Pois foi Eva quem insistiu para que Adão comesse o fruto proibido. Logo, homem algum deve dobrar-se diante da astúcia feminina. O homem nunca pode-se pensar como estando em segundo plano na relação, pois logo corre-se o risco de perda do instinto masculino, a virtude roubada pela mulher: a bondade."     Marcusvinicius

É corrente o entendimento de que o movimento romântico foi um movimento artístico que surgiu no fim do século XVIII, além de ser tido como o estilo maior da música e da literatura em boa parte do século XIX.






Romantismo

Em tempos de desconfianças, acusações e delações premiadas, quem acredita na política como meio de organização social é certamente chamado de "romântico", tanto quanto seria nomeado de ingênuo ou outros adjetivos. O vocábulo denota tanto aquele que é apaixonado e sentimental, que se comove facilmente, quanto se refere àquele que profere um discurso utópico, de tom supostamente nobre, estando acima do que é ordinário.
     "Romântico" trata-se de uma expressão latina que veio de romanicus (ao jeito de Roma) e romanus (romano, algo referente a Roma). A segunda hipótese parte da proximidade do "romântico" - a romanice, que denotava obras que foram escritas em romanço, língua que era falada pelos povos que se encontravam nas localidades que o Império Romano ocupava.

Bruno Curcino Hanke, doutor em Psicologia pela UFMG.



Paixões da Alma

        "Isso mostra que todas as cinco são muito úteis em relação ao corpo. Até mesmo a tristeza é de alguma forma anterior e mais nec...