Mesmo que a classe trabalhadora exija leis trabalhistas mais rígidas diante dos empresários, o governo ao ter que relembrar a abertura decisiva dos mercados no início dos anos noventa, nada consegue remediar o escancaramento da economia nacional. Ou seja, aos poucos, estamos vendendo nosso país para os capitalistas do Primeiro Mundo. Parece ser a tendência do mercado internacional no Brasil, seremos apenas mão-de-obra trabalhadora, e pouco intelectiva, pois a robotização nas indústrias já é uma realidade. E aqueles que sempre sonharam com o país estabelecendo regras nas leis do mercado internacional, nada tem a dizer, a não ser calar-se diante da desventura brasileira de nunca considerar a vontade da maioria no jogo político nacional. Pois com a completa abertura do mercado nacional, pouco adiantará qualquer exigência dos trabalhadores, como também pouco remediará qualquer regra estabelecida no poder legislativo. É que ao abrir as portas do mercado nacional, as empresas internacionais em pouco tempo conseguem ditar as regras devido às nuances de um lei natural dos mercados: toda empresa precisa e deve buscar o lucro. Assim, qualquer empreendimento internacional ao vincular sua economia ao mercado brasileiro, prima essencialmente na virtude principal do capitalismo: o lucro.
Uma palavra tão estúpida, e tão bem aceita aos nossos ouvidos e aos ouvidos de nossos filhos. Pois o lucro, naturalmente delineia em nossos pensamentos internos a vitória do mais esperto, aquele que trapaceia e faz de tudo para considerar a malícia (malandragem) como algo superior ao bem ofício (mané). Logo, naturalmente aceitamos a tal palavra: lucro, em nosso cotidiano, ou seja, vence o mais esperto, e não o protetor.
Pois essa tal mundialização está estabelecendo-se aqui em nosso país, muito rapidamente; e com o tempo, o lugar passa a ser regido sem nenhuma regra ou lei: tudo pode, e tudo é possível. Ou seja, vale tudo para se obter o lucro. Na América do Sul, um exemplo de uma terra sem lei, seria os garimpos, principalmente no século XVIII, a vida tinha menor valor do que o ouro. E na América do Norte, outro exemplo de uma terra sem lei: seria as cidades do reconhecido Velho Oeste Americano.
E não seria nem um pouco ingênuo, aquele que disser que isso já ocorre nas principais cidades brasileiras, e até nos pequenos municípios. A violência urbana, com seus assassinatos, latrocínios, infanticídios, duelos passionais, roubos, assaltos, suicídios, crimes do toda espécie, já está institucionalizada, já faz parte da realidade e da paisagem. E a degeneração social parece crescer de ano em ano, vide o aumento do número de crimes em quase todas as cidades brasileiras.