"... Em oposição à ideia da abordagem imparcial e universal da psicologia, Martin Baró concluiu que os psicológos deveriam levar em conta o contexto histórico e as condições sociais das pessoas em estudo. Para ele, é verdade que alguns problemas mentais refletem reações anormais a circunstâncias razoavelmente normais, mas os problemas específicos de grupos oprimidos e explorados costumam refletir reações normais e compreensíveis às circunstâncias anormais. Martin Baró concluiu que os psicólogos precisavam atentar mais às consequências de contextos sociais problemáticos sobre a saúde mental, bem como ajudar a sociedade estudada a superar o seu histórico de opressão...
Os psicólogos dessa corrente consideram que a psicologia tradicional tem muitas limitações. Muitas vezes não é capaz de oferecer soluções práticas aos problemas sociais; grande parte de seus princípios foi elaborada a partir de condições artificiais de países ricos e, portanto, dificilmente podem ser traduzidos para situações diferentes; costuma ignorar qualidades morais humanas, como esperança, coragem e comprometimento; e sua principal meta aparentemente é maximizar o prazer, em vez de se preocupar em despertar e orientar o desejo por justiça e liberdade...
... Aborda o uso da psicologia como ferramenta de manipulação política e de guerra, o papel da religião no embate psicológico e o impacto de traumas e da violência sobre a saúde mental... Martin Baró concluiu que os problemas de saúde mental que surgem em determinado contexto são reflexos da história local, bem como do ambiente social e político em questão, e que os indivíduos devem ser tratados com esses fatores em mente."
"No entanto, para entender e tratar distúrbios mentais, o psicólogo deveria compreender o ambiente sociopolítico de seus pacientes e objetos de estudo. Traumas devem ser analisados sob a perspectiva da relação entre indivíduo e sociedade."
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