"... Milgram queria observar se a tendência a obedecer à autoridade poderia ser o principal determinante do comportamento, mesmo em circunstâncias extremas...
Segundo Milgram, esse senso de obediência deve-se ao fato de a socialização ser concebida (por pais e professores) para que o indivíduo seja obediente desde cedo e siga ordens - em especial as regras impostas por figuras de autoridade. Como disse Milgram, a obediência é um dos elementos mais basicos da estrutura da vida social... está a serviço de diversas funções produtivas. Mas, da mesma forma, as políticas desumanas dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial só poderiam ser implementadas em grande escala se um grande número de pessoas obedecesse às ordens. As experiências de Milgram deixaram claro que pessoas normalmente inofensivas podem cometer atos cruéis quando pressionadas pela situação."
"Os surpreendentes estudos de Stanley Milgram sobre a obediência mostraram que as pessoas obedecem a figuras de autoridade mesmo que isso implique contrariar as próprias convicções morais...
Por sorteio, os alunos assumiram aleatoriamente papel de guarda ou de preso e, pouco depois, numa manhã de domingo, os prisioneiros foram presos em suas casas, fichados em uma delegacia policial de verdade e levados ao porão do departamento de psicologia da Universidade de Stanford, transformada em falsa prisão."
"Em geral, pessoas normais e saudáveis passam a se comportar conforme o papel social a elas determinado. As que estão em posição de poder naturalmente usam (e abusam) da autoridade que têm. As que estão em posição de subordinadas submetem-se à autoridade. É a força das situações sociais, e não a disposição das pessoas, que gera comportamentos cruéis."
O Livro da Psicologia. Editora Globo.
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