Um pouco dos pensamentos filosóficos do escritor Marcusvinicius... Autor do romance: Janelas Nocivas, Editora Pandorga, São Paulo, 2014. Autor do romance: Superegos, Mundo Editorial, São Paulo, 2013. Autor de filosofia: Invisível - Ensaio sobre a existência de Deus através da razão, Editora Pandorga, São Paulo, 2015. Bacharel em Desenho Industrial pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Mais de 1.000 livros vendidos pela Editora Pandorga.
sábado, 20 de outubro de 2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Acesso à mente humana
"... A consciência de acesso possui quatro características óbvias. Primeira, temos noção, em vários graus, de um rico campo de sensações: as cores e formas do mundo à nossa frente, os sons e odores que nos envolvem, as pressões e dores em nossa pele, ossos e músculos. Segunda, porções dessas informações podem incidir no enfoque da atenção, ser introduzidas e retiradas alternadamente na memória de curto prazo e alimentar nossas cogitações deliberativas. Terceira, as sensações e pensamentos apresentam-se com uma qualidade emocional: agradável ou desagradável, interessante ou repulsivo, excitante ou tranquilizador. Finalmente, um executivo, o eu, aparece para fazer escolhas e acionar as alavancas do comportamento. Cada uma dessas características descarta algumas informações no sistema nervoso, definindo as vias principais da consciência de acesso. E cada uma desempenha um papel definido na organização adaptativa do pensamento e percepção para atender à tomada de decisões e ação racionais... "
"... Nossa percepção imediata também não recorre exclusivamente ao nível superior de representação. Os níveis superiores - os conteúdos do mundo, a substância de uma mensagem - tendem a permanecer na memória de longo prazo dias e anos após uma experiência, mas enquanto ela está ocorrendo nós percebemos as visões e os sons."
"... Não é difícil descobrir as vantagens da percepção do nível intermediário... Os níveis inferiores não são necessários, e os superiores não são suficientes... Porém, como ocorre na visão, o resto da mente também não pode satisfazer-se apenas com o produto final - neste caso, a ideia principal de quem fala. A escolha das palavras e o tom de voz contêm informações que nos permitem ouvir nas entrelinhas.
A próxima característica digna de nota na consciência de acesso é o foco de atenção... A psicóloga Anne Treismann concebeu algumas demonstrações simples, hoje clássicas, de onde termina o processamento inconsciente e começa o processamento consciente."
Como a mente funciona, de Steven Pinker.
Sartre
"Sartre é contrário a um tipo de materialismo que coloca o homem como um objeto, pois isso o descaracteriza. Ele pensa numa doutrina que tem por base, como única razão de ser, o indivíduo, a subjetividade individual - o único fundamento que se deve procurar é o homem enquanto não objeto. O existencialismo e o marxismo convergem assim na configuração de um novo humanismo."
Filosofia, Ciência e Vida. 126. Editora Escala.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Sociopolítica
"... Em oposição à ideia da abordagem imparcial e universal da psicologia, Martin Baró concluiu que os psicológos deveriam levar em conta o contexto histórico e as condições sociais das pessoas em estudo. Para ele, é verdade que alguns problemas mentais refletem reações anormais a circunstâncias razoavelmente normais, mas os problemas específicos de grupos oprimidos e explorados costumam refletir reações normais e compreensíveis às circunstâncias anormais. Martin Baró concluiu que os psicólogos precisavam atentar mais às consequências de contextos sociais problemáticos sobre a saúde mental, bem como ajudar a sociedade estudada a superar o seu histórico de opressão...
Os psicólogos dessa corrente consideram que a psicologia tradicional tem muitas limitações. Muitas vezes não é capaz de oferecer soluções práticas aos problemas sociais; grande parte de seus princípios foi elaborada a partir de condições artificiais de países ricos e, portanto, dificilmente podem ser traduzidos para situações diferentes; costuma ignorar qualidades morais humanas, como esperança, coragem e comprometimento; e sua principal meta aparentemente é maximizar o prazer, em vez de se preocupar em despertar e orientar o desejo por justiça e liberdade...
... Aborda o uso da psicologia como ferramenta de manipulação política e de guerra, o papel da religião no embate psicológico e o impacto de traumas e da violência sobre a saúde mental... Martin Baró concluiu que os problemas de saúde mental que surgem em determinado contexto são reflexos da história local, bem como do ambiente social e político em questão, e que os indivíduos devem ser tratados com esses fatores em mente."
"No entanto, para entender e tratar distúrbios mentais, o psicólogo deveria compreender o ambiente sociopolítico de seus pacientes e objetos de estudo. Traumas devem ser analisados sob a perspectiva da relação entre indivíduo e sociedade."
Obediência
"... Milgram queria observar se a tendência a obedecer à autoridade poderia ser o principal determinante do comportamento, mesmo em circunstâncias extremas...
Segundo Milgram, esse senso de obediência deve-se ao fato de a socialização ser concebida (por pais e professores) para que o indivíduo seja obediente desde cedo e siga ordens - em especial as regras impostas por figuras de autoridade. Como disse Milgram, a obediência é um dos elementos mais basicos da estrutura da vida social... está a serviço de diversas funções produtivas. Mas, da mesma forma, as políticas desumanas dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial só poderiam ser implementadas em grande escala se um grande número de pessoas obedecesse às ordens. As experiências de Milgram deixaram claro que pessoas normalmente inofensivas podem cometer atos cruéis quando pressionadas pela situação."
"Os surpreendentes estudos de Stanley Milgram sobre a obediência mostraram que as pessoas obedecem a figuras de autoridade mesmo que isso implique contrariar as próprias convicções morais...
Por sorteio, os alunos assumiram aleatoriamente papel de guarda ou de preso e, pouco depois, numa manhã de domingo, os prisioneiros foram presos em suas casas, fichados em uma delegacia policial de verdade e levados ao porão do departamento de psicologia da Universidade de Stanford, transformada em falsa prisão."
"Em geral, pessoas normais e saudáveis passam a se comportar conforme o papel social a elas determinado. As que estão em posição de poder naturalmente usam (e abusam) da autoridade que têm. As que estão em posição de subordinadas submetem-se à autoridade. É a força das situações sociais, e não a disposição das pessoas, que gera comportamentos cruéis."
O Livro da Psicologia. Editora Globo.
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Cultura Mercadoria
"... Não existem pessoas sem cultura, ou incultas porque existem saberes diversos, que não precisam necessariamente ter ligações com os saberes intelectualizados, ou seja, advindos dos livros, das universidades e/ ou ciência."
"... Desse grupo, mencionaremos Theodor Adorno e Max Horkheimer que em sua obra conjunta Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos (1985) tratam de aspectos da cultura e do consumo cultural dentro da sociedade industrializada.
Esses estudiosos dizem que a cultura está tão intrínsecamente ligada ao consumo que se confunde com a publicidade que seduz o consumidor de cultura por meio da palavra.
Assim sendo, o consumidor, seduzido pela propaganda, consome o objeto cultural sem se dar conta de que o faz de maneira manipulada e não totalmente consciente.
Posterior aos estudos realizados pelo grupo acima mencionado, o filósofo francês Félix Guattari subdividiu a cultura em três subtipos: cultura-valor (visão da cultura que elitiza o conhecimento da mesma e dá status a quem tem acesso à ela), cultura-alma coletiva (que vê as manifestações culturais como símbolo de um povo e, segundo essa forma de ver e entender a cultura, todos são possuidores da mesma) e cultura-mercadoria (é a visão de cultura na qual os bens culturais são considerados mercadorias e, portanto, produzíveis e reproduzíveis segundo sua rentabilidade.
Para este estudioso é a cultura-mercadoria o tipo de relação que predomina na sociedade contemporânea e essa forma de lidar com os elementos culturais pode servir tanto para democratizar seu conteúdo como para massificá-lo, mas tanto a cultura erudita como a cultura de massa são tratadas como mercadoria, objeto de lucro."
Filosofia, Ciência e Vida. Por Gabriela Raizaro Tosi.
sábado, 6 de outubro de 2018
Economia de Novos Valores
"... Em suma: roupas, alimentos, suplementos, cosméticos, plásticas, remédios, máquinas, programas, DNAs, enfim, do código de barras ao código genético o corpo humano passa a ser decodificado pela lógica quantificadora da mercadoria.
Mais ainda, os avanços tecnológicos da indústria de ponta se encarregaram de tornar os próprios frutos da mente humana em mercadoria. Se no século XX a dinâmica taylorista-fordista propunha racionalizar as operações de trabalho esquadrinhando tempos e movimentos a fim de tornar o operário uma mera peça mais docilmente expropriável e mais facilmente substituível, a pergunta imposta pelo capital no século XXI é algo como: para que usurpar apenas as forças dos braços operários se é possível também sequestrar suas mentes...
... O mesmo se passa com corporações como Apple, Nike, Coca-Cola, McDonalds, que se converteram nas marcas mais valiosas da economia global a partir menos da qualidade de seus produtos e mais da capacidade de negociar marcas, designs, padrões de gostos, estilos de vida, símbolos de distinção...
... Quando o corpo e a mente humana são transformados em objetos da mercantilização estamos diante de uma ressignificação da própria compreensão do que é a natureza humana, mais ainda: a própria ideia de natureza tende a ser colonizada pelo capital...
Por isso é comum encontrar projetos de desenvolvimento econômico que mesmo sendo bem sucedidos do ponto de vista do crescimento econômico vem acompanhados pelo crescimento do racismo, do machismo, da homofobia, da xenofobia, da intolerância, da tortura, do fundamentalismo religioso, do linchamento, do justiçamento e tantas outras formas de expressão da barbárie. O progresso entendido como um destino evolutivo sufoca todo direito à diferença. Nesse cenário a única liberdade de fato é a liberdade do capital, aliás, necessária para a voracidade do mercado financeiro sempre ansioso para aumentar sua rentabilidade e sua lucratividade com abstrações tornadas mercadorias."
Quando ideias e conceitos se tornam mercadorias o exercício de criação de outras linguagens é uma tarefa necessária de resistência. Nesse sentido é que se coloca a importância da invenção de uma economia baseada em novos valores, que seja capaz de extrair da gramática matemática a gramática ética ali encrustada, ressignificando, por exemplo, as noções de troca, propriedade, valor e riqueza...
... É fundamental a luta contra as desigualdades e a insurgência contra os poderes econômicos exigindo: taxação das grandes fortunas, heranças, doações e do consumo de luxo. Experiências como a do Ocuppy nos EUA, a luta travada na Espanha pelo Podemos contra a crise econômica ou o embate travado na Grécia pelo Syriza contra a austeridade fiscal sinalizam claras reivindicações por uma justiça distributiva; transparência e fiscalização contra a sonegação de impostos, evasão de divisas e lavagem de dinheiro...
... Não se faz justiça social sem distribuição de renda, por isso é preciso denunciar as agruras dos modos de produção e reprodução do biocapitalismo e dos gestores das finanças globais, ressignificando a ideia de felicidade para além dos marcos liberais do individualismo e dilatando o conceito de bem-estar para além dos referenciais do welfare state, construindo uma economia da propriedade comum, onde o agronegócio cede lugar a uma nova relação com o meio-ambiente e os ciclos da terra a partir da agricultura familiar e da agroecologia; onde a grande corporação industrial ceda lugar a uma nova dinâmica de produção de tecnologias e redes a partir da desmercantilização do conhecimento, da criatividade, das subjetividades e dos afetos; onde os grandes banqueiros e comerciantes deixem de ser monopolizadores do acesso à moeda e às mercadorias abrindo espaço para o intercâmbio de novas formas de credibilidade e de troca.
Filosofia, Ciência e Vida. Editora Escala.
Arte e Estética
"A arte sempre foi alvo de grandes discussões nas mais diversas etapas históricas da humanidade. E, diga-se de passagem, que até hoje grandes dúvidas ainda pairam. Muitas e muitas indagações ainda não foram respondidas de forma adequada e estão longe de um consenso entre críticos, filósofos e escritores.
Estética como ciência da expressão linguística geral, de Benedetto Croce (1866-1952), publicado, recentemente, pela É Realizações, traz uma contribuição significativa para a área da crítica, visto que repensa conceitos de genialidade, estética e outras igualmente importantes que deveriam ser refletidas..."
"De suma importância para a literatura: os limites entre a prosa e poesia. Croce reafirma que há poesia sem prosa, no entanto não poderia haver prosa de valor estético sem poesia. Eis duas dimensões, muitas vezes, difíceis de serem entendidas. Com isso o autor está querendo dizer que um texto científico bem escrito pode perfeitamente ter muito de poesia. E aí, certamente, residiria o seu valor estético."
Novas Ideias
"... Mesmo aceitando a ideia de que a modernidade é um conceito que define e qualifica um período localizado em um tempo e um espaço, não podemos deixar de lado o fato de este ser um conceito utilizado em tempos de transição, daí seu caráter polissêmico. Existem uma série de conceitos em movimento - revolução, progresso, emancipação, desençvolvimento, crise, espírito de tempo, todos ligados à ideia de modernidade - que garantem os múltiplos sentidos do termo. Vislumbrar os diferentes momentos históricos nos quais a modernidade foi reivindicada é o equivalente a olharmos um caleidoscópio, cujos os movimentos, impulsionados pelos diferentes tempos, criam formas distintas e cores que podem surpreender.
Reinhart Koselleck sugere que os conceitos não são simplesmente palavras. Eles estabelecem uma relação dialética com a realidade histórica, assumindo o caráter de produtor e produto das transformações ocorridas no tempo. Os conceitos são elementos fundamentais para a percepção das mudanças da experiencia em um determinado tempo. Em sua concepção, não pode haver nenhuma comunidade sem a existência de conceitos comuns e, sobretudo, não pode haver unidade de ação política. Os conceitos fundamentam-se em sistemas políticos e sofrem modificações de acordo com o contexto dentro do qual são reivindicados.
Filosofia, Ciência e Vida. Editora Escala.
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Tendências
"... A determinação da modernidade como tempo de transição, desde que foi descoberta, não perdeu a evidência de seu caráter de época. Um critério infalível desta modernidade são seus conceitos de movimento - como indicadores de mudança social e política e como elementos linguísticos de formação de consciência, da crítica ideológica e da determinação do comportamento.
A consciência histórica da modernidade se dá na medida que as expectativas começam a separar-se da experiência. Cronologicamente, isso aconteceu na transição entre a chamada Idade Média e a Idade Moderna, visto que, neste período, a compreensão do tempo perde seu caráter escatológico por meio do qual expectativa e experiência se confundiam. Na modernidade histórica, existe uma relação assimétrica entre experiência e expectativa. O homem passou a experimentar o tempo como algo inédito, passível de ser planejado e distinto do passado. Esta nova relação com o tempo surgiu unindo a expectativa com a ideia de progresso, que atribui ao futuro uma qualidade histórica nova ancorada nos prognósticos, nos cálculos políticos e nas utopias.
A naturalidade com que as previsões dos cristãos crentes ou as profecias de toda espécie transformaram-se em ação política já se notava desde 1650. O cálculo político e a contenção humanista delimitaram um novo horizonte para o futuro. Aparentemente, nem as predições de um grande único fim de mundo, nem as que previam eventos múltiplos e de menor monta foram capazes de prejudicar o curso das coisas humanas. Em vez do fim do mundo previsto, um tempo diferente e novo foi inaugurado.
A partir de então se tornara possível referir-se ao passado como uma Idade Média. Os próprios conceitos - a tríade Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna - já se encontravam disponíveis desde o humanismo, mas foram gradativamente disseminados para a história apenas a partir da segunda metade do século XVII. Desde então, o passou a viver na modernidade, estando ao mesmo tempo consciente de estar vivendo nela. É claro que, conforme as nações e as classes, isso era parcialmente válido, mas se tratava de uma constatação, que, segundo Harzard, pode ser compreendida como a crise do espírito europeu."
Filosofia, Ciência e Vida. Editora Escala.
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