quinta-feira, 9 de abril de 2020

Musicoterapia III

"... A música estimula o desenvolvimento:
     Rítmico-sensório-motor:  todas as grandes funções de nosso organismo - pulmonar, cardio-vascular, digestiva, motora ligam-se ao ritmo. Cada ser humano possui ritmo próprio comandado pelas funções neuro-psíquicas e que, além de conduzirem às atividades motoras, dominam as atividades psíquicas. Ora, um dos aspectos principais que o deficiente apresenta é a irregularidade e desarmonia de movimentos, patenteando uma coordenação deficitária entre percepção - pensamento - ação. As atividades rítmicas vêm sanar esta falha, através de seus princípios de regularidade, igualdade e frequência, propiciando um melhor domínio sensório-motor.
     Intelectual: as atividades musicais melhoram o rendimento intelectual, porque permitem o desenvolvimento de capacidades tais como: memória - memorização de melodias e canções; repetição de ritmos, movimentos e mímica - atenção e esforço - ginástica rítmica, estórias cantadas e movimentos com estímulos rítmicos-sonoros; percepção - exercícios de esquema corporal e de orientação espacial; discriminação - exercícios com diferenciação de timbre, altura e intensidade de sons; imaginação e criação - estórias e dramatizações cantadas; associação de ideias e aumento de vocabulário - centros de interesse e melodias afins; linguagem - exercícios respiratórios ritmados, declaração ritmada, repetição de fonemas.
     Sócio-afetivo: todo excepcional possui dificuldade de integração social consequentemente insegurança emocional e afetiva. Sua incapacidade de ajustamento social provoca sentimento de inferioridade, ocasionando distúrbios de comportamento. Esses provocam sentimentos de rejeição por parte do grupo ocasionando, num círculo vicioso, falta de afetividade. As atividades musicais, através dos recursos de socialização que oferece, possibilitam o ensino do respeito ao direito do companheiro, da obediência, da paciência, disciplinando-os, através do interesse, da recreação e da alegria."

Educação Musical Especializada para Deficientes Mentais. Vânia Marise de Campos e Silva. Editora Oriente. Goiânia-GO. 1975.




Musicoterapia II

"... Os primeiros trabalhos de Educação Musical Especializada de que se tem notícia, foram executados por discípulos de Jacques Emile Dalcroze (1865-1950), entusiasmados com a teoria do grande mestre criador da Rítmica Musical ou Euritmica, que expressava: o organismo humano é suscetível de ser educado eficazmente conforme a ordem e o impulso da música, porque o ritmo musical e o corporal são resultados de movimentos sucessivos, ordenados, modificados e estilizados que forma uma verdadeira identidade... "

Educação Musical Especializada para Deficientes Mentais. Vânia Marise de Campos e Silva. Editora Oriente. Goiânia-GO. 1975.



Musicoterapia I

" ... Apesar de haver surgido recentemente como especialização científica, a musicoterapia é tão antiga  quanto a própria música. Sua história confunde-se com a da medicina, onde a magia, a sugestão, a superstição e a onipotência divina, pouco a pouco, deram lugar ao método científico.
     Desde os tempos mais remotos, fizeram-se várias tentativas no sentido de curar muitas espécies de doenças mentais e nervosas pela intervenção da música.
     Tais tentativas enquadram-se em três fases: a que se relaciona com a magia, a que se relaciona com a religião e a que diz respeito ao pensamento racional. Assim, o curador que emprega a música como meio terapêutico tem sido, através dos tempos, primeiro um feiticeiro, ou mágico, depois, um sacerdote, e, por fim, um médico ou especialista em música.
     Na história, muitos músicos foram chamados para atuar como terapeutas: a sacerdotisa egípcia Shebut-n-mut; David, o bíblico hebreu, que, com sua harpa, acalmava os nervos exaltados do rei Saul; o tocador de lira grego, Timóteo; o árabe Al Farabi; e Farinelli, o cantor castrado de Felipe V da Espanha.
     A música, liberta da magia e utilizada racionalmente como meio curativo ou preventivo, surgiu na Grécia Antiga e podemos considerar Platão e Aristóteles como precursores da musicoterapia, assim como Hipócrates o foi da medicina. Aristóteles deu à música um valor definido, considerando-a benéfica para a catarsis emocional. Platão receitava música e danças no combate aos terrores e angústias fóbicas.
     Dos gregos ao Renascimento, não há registros de experiências racionais, desligadas da magia ou da religião. A partir desse período histórico, notável por seu dinamismo e criatividade, um número surpreendente de médicos começou a interessar-se pela música e seus efeitos sobre a mente humana."

Educação Musical Especializada para Deficientes Mentais. Vânia Marise de Campos e Silva. Editora Oriente. Goiânia-GO. 1975




segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Sartre e literatura engajada: espelho crítico e consciência infeliz

Nesse livro, que foi escrito com base em meu mestrado, explico como Sartre pensa, em seu ensaio: Que é a literatura? a noção de engajamento da prosa. Embora utilizemos muito essa palavra, é importante compreender que ela não significa, para Sartre, uma questão político-partidária, mas, sim, o fato de estarmos lançados no mundo e a necessidade de admitirmos a responsabilidade pelo modo como doamos sentido ao que nos acontece e ao que fazemos.
    Para explicar essa noção de engajamento, foi importante retomar um livro do início da década de 40, O imaginário, em que a questão da arte como criação do irreal aparece. Foi por entender a imaginação como negação do real, mas uma negação que preserva o real e a ele se volta, que a arte surge em sua filosofia como crítica e engajamento."

Filosofia Ciência e Vida. Dra. Thana Mara de Souza.





Paixões da Alma

        "Isso mostra que todas as cinco são muito úteis em relação ao corpo. Até mesmo a tristeza é de alguma forma anterior e mais nec...