Trecho dos Escritos Políticos de Santo Tomás de Aquino. Editora Vozes:
É o homem suficientemente governado pela lei eterna. Diz, com efeito, Agostinho (Sobre o livre-arbítrio,1, cap.6) que "a lei eterna é aquela por força da qual é justo que todas as coisas sejam perfeitamente ordenadas". Mas a natureza não se excede no supérfluo tanto quanto não é deficiente no necessário. Portanto, não há lei natural para o homem.
Além disso, o homem é ordenado em seus atos para o fim mediante a lei, como acima se estabeleceu. Ora, a ordenação dos atos humanos para o fim não se faz pela natureza, como ocorre com as criaturas irracionais, que agem em vista do fim apenas mediante o apetite natural. Mas o homem age em vista do fim mediante a razão e a vontade. Portanto, não há para o homem alguma lei natural.