"Conceitualmente falando, fugimos da ideia de que alguma coisa é ou não uma hortaliça e dizemos que as coisas podem ser exemplos melhores ou piores de hortaliça. Mecanicamente falando, não mais insistimos em que uma unidade representando a condição de hortaliça esteja ligada ou desligada, mas permitimos que ela tenha um valor que varia de 0 (para uma pedra), passando por 0,1 (para o ketchup), por 0,4 (para o alho) a 1,0 (para o aipo)... Conceitualmente falando, quanto mais propriedades de hortaliça alguma coisa possui, melhor ela é como exemplo de hortaliça. Mecanicamente falando, quanto mais unidades de propriedade de hortaliça forem ligadas, maior o nível de ativação da unidade hortaliça.
Quando se permite que uma rede neural seja maleável, ela pode representar graus de evidências e probabilidades de eventos, bem como tomar decisões estatísticas. Suponhamos que cada unidade em uma rede represente uma evidência incriminando o mordomo (impressões digitais na faca, cartas de amor para a esposa da vítima etc.). Suponhamos que o nó superior represente a conclusão de que o mordomo é o culpado. Conceitualmente falando, quanto mais pistas houver de que o mordomo pode ser o culpado, maior será a nossa estimativa de que ele é realmente culpado. Mecanicamente falando, quanto mais unidades de pistas ligadas houver, maior ativação da unidade de conclusão... Por esse motivo, psicólogos e estudiosos da inteligência artificial têm usado redes do tipo, tudo conectado a tudo, para criar muitos modelos de reconhecimento de padrões simples."
Como a mente funciona, de Steven Pinker.